Estudo

SPREAD – Sepsis Prevalence Assessment Database

SPREAD – Sepsis Prevalence Assessment Database
FINANCIAMENTO:

FAPESP processo 2011/20401-4


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O SPREAD, conduzido pelo ILAS e pela BRICNet, é um estudo multicêntrico, de caráter nacional, com o objetivo de avaliar tanto a prevalência como a letalidade por sepse grave e choque séptico em UTI brasileiras. Também se buscaram avaliar as diferenças existentes no tocante à prevalência, à adequação de tratamento e à letalidade nas diferentes regiões geográficas brasileiras. Além disso, essas instituições foram caracterizadas no tocante à infraestrutura necessária para o atendimento à sepse.

Para que o estudo fosse representativo da realidade nacional, foram criados estratos conforme região geoeconômica, localização geográfica na capital ou interior, principal fonte financiadora (hospital SUS ou saúde suplementar) e número de leitos da UTI (<10 leitos ou >10 leitos) e tamanho da cidade. A seguir, foram escolhidas de forma aleatória, 13% dos leitos de UTI de cada estrato.

A distribuição das UTI brasileiras foi obtida por meio de consulta ao Censo de UTI da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, no qual estão cadastradas 1.813 UTI de pacientes adultos de todas as regiões brasileiras, totalizando 20.731 leitos. Responderam ao questionário de avaliação de recursos 277 UTIs. Esses dados mostram que há baixa disponibilidade de alguns itens essenciais para o tratamento da sepse, principalmente nas regiões Nordeste e Amazônica. Essa disponibilidade também foi menor nos hospitais públicos necessários.

No dia do estudo, 229 instituições incluíram 794 pacientes, correspondendo a uma prevalência de 29,6%, ou seja, 1/3 dos leitos de UTI do país estão ocupados com pacientes com sepse grave e choque. Isso demonstra a pesada carga que a sepse representa para o Brasil, em termos de recursos alocados, incluindo disponibilidade de leitos.

A letalidade global foi de 55%. A mortalidade na região Sudeste foi de 51.2%, menor do que a das demais regiões (Centro-Oeste: 70%, Nordeste: 58.3, Sul: 57.8% e Norte: 57.4%). A mortalidade dos hospitais ligados ao Sistema Único de Saúde não foi diferente daqueles ligados à Saúde Suplementar. Essa letalidade está muito acima da reportada em países desenvolvidos.

O estudo mostrou que são fatores ligados ao aumento da mortalidade a gravidade dos pacientes, o fato deles terem adquirido sua infecção quando já estavam internados na UTI (infecção hospitalar) e a inadequação do tratamento principalmente o atraso para administração da primeira dose de antibióticos. Além disso, instituições com menor disponibilidade de recursos tiveram maior mortalidade.


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